segunda-feira, 30 de junho de 2008
Para Não Esquecermos
Em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti (PP-PE) chegou à presidência da Câmara Federal, festejado pelos deputados de oposição ao Governo Federal, quando sabia-se que ele, notoriamente, era um político com histórico de fisiologismo e alto grau de desvio ético.
Depois dos escândalos envolvendo o então comandante do parlamento federal, os deputados que levaram Severino à presidência pularam o balcão e ficaram do outro lado, certos de que o povo desmemoriado não lembraria de seus atos que macularam, mais uma vez, a história política nacional.
Então, não custa nada darmos mais uma olhada naquela votação de 2005 para que verifiquemos os deputados da bancada gaúcha que elegeram Severino Cavalcanti e os que foram contra. Em período eleitoral é sempre bom refrescarmos nossas memórias, lembrando que a atual Governadora Yeda Crusius (PSDB-RS), então Deputada Federal, contribuiu enormemente para toda a sujeira que se viu na Câmara, posteriormente:
A favor de Severino Cavalcanti (PP):
- Augusto Narde (PP)
- Érico Ribeiro (PP)
- Francisco Appio (PP)
- Francisco Turra (PP)
- Luis Carlos Heinze (PP)
- Yeda Crusius (PSDB)
- Júlio Redecker (PSDB)
- Darcísio Perondi (PMDB)
- Eliseu Padilha (PMDB)
- Oswaldo Biolchi (PMDB)
- Onyx Lorenzoni (PFL)
Não informaram o voto:
- Pompeo de Mattos (PDT)
- Kelly Moraes (PTB)
- Mendes Ribeiro (PMDB)
- Paulo Gouvêa (PL)
Votou em Branco:
- Luciana Genro (PSOL)
Votaram em Luiz Eduardo Greenhalgh (PT):
- Adão preto (PT)
- Henrique Fontana (PT)
- Marco Maia (PT)
- Maria do Rosário (PT)
- Orlando Desconsi (PT)
- Paulo Pimenta (PT)
- Tarcísio Zimermann (PT)
- Alceu Collares (PDT)
- Ênio Bacci (PDT)
- Beto Albuquerque (PSB)
- Cezar Schirmer (PMDB)
- Wilson Cignachi (PMDB)
- Milton cárdias (PTB)
- Pastor Reinaldo (PTB)
- Nelson Proença (PPS)
A pergunta que fica é: Por que será que eu não estou surpreso?
terça-feira, 17 de junho de 2008
DEPRESSÃO
Pôxa. Fiquei com pena do José Fernandes, dono da empresa Pensant. Ele está sofrendo de "transtorno recorrente depressivo", segundo atestado médico, cujo laudo foi emitido pelo psiquiatra Rogério Cardoso. Por isso, ele não pôde comparecer à Assembléia Legislativa, a fim de prestar esclarecimentos sobre sua atuação na fraude do DETRAN. José Fernandes é tido como um dos cérebros da quadrilha que desfalcou os cofres públicos em mais de R$ 40 milhões. Mas agora ele anda chateado, abatido.
O engraçado é que, quando de sua participação na sangria aos cofres públicos, ele não tenha pensado naqueles que sofrem diariamente com um sistema de saúde precário. José Fernandes, seguramente, possui plano privado de saúde; ou talvez não tenha pensado nos funcionários públicos do estado, que, historicamente, recebiam seus salários com atraso ou parcelados. José Fernandes ganha dinheiro diariamente. Para ele, todo dia é dia de fartura; certamente ele não pensou naqueles que trabalham meio ano apenas para pagar seus impostos. José Fernandes rouba do povo para pagar seus próprios impostos, se é que não os sonega. Porque um cidadão capaz de fazer isso com os gaúchos é capaz de qualquer coisa.
Por isso estou com pena do Zé. Ele está deprimido. Mas só deprimiu-se depois que a casa caiu e foi descoberto no acender das luzes, com as mãos nos bolsos dos contribuintes. Um depressivo milionário que ajudou a deprimir toda uma população que carece de recursos.
Está aí a prova de que ladrão também tem sentimentos.
Aliás, falando em Zé (ou em ladrão)... será que o outro, o Zé Otávio, também tá dodoizinho?
segunda-feira, 9 de junho de 2008
CAIU A CASA
Todos estamos estarrecidos com os acontecimentos das últimas semanas, que culminaram em uma crise sem precedentes no governo estadual do RS. Com a comprovação, por escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal e pelo (vejam bem) Vice-Governador, Paulo Feijó, de irregularidades cometidas pelo governo, a legitimidade da Administração Yeda Crusius põe-se questionada perante aos olhos da opinião pública.
Todos ouvimos Cezar Busatto, então Chefe da Casa Civil, braço direito da Governadora, comentar com o Vice-Governador, em gravação realizada por este, as falcatruas que ocorrem na gestão pública, com o super faturamento de obras públicas e desvio de dinheiro público para financiamento de campanhas partidárias, além de benefícios pessoais, é claro. Como justificativa, ouviu-se do ex-chefe um sonoro ar de conformidade com o fato, como se isso devesse ser encarado com normalidade, mostrando um total desrespeito pelos que trabalham de sol a sol e pagam seus impostos. É uma afronta às pessoas de bem, que prezam a honestidade acima de qualquer outra coisa. As afirmações de Busatto e suas tentativas de desviar a conduta de ação do Vice-Governador, por si só, já configuram-se em corrupção ativa.
A tática adotada pelo governo foi atacar o Vice-Governador, tentando desqualificá-lo, condenando a atitude do registro de conversas privadas e sua posterior delação pública, como um ato de infidelidade.
Ôpa. Parem o trem que eu quero descer. No caso, o conceito de infidelidade é subjetivo. O Vice-Governador foi infiel a que, afinal? No momento em que ventilou a conversa quem ele traiu exatamente? A corrupção do governo e o descaso com o dinheiro público ou suas convicções morais e condutas pessoais? Por que será que quando alguma denúncia de irregularidade é efetuada pelo Fantástico, com a utilização de câmeras escondidas e conversas gravadas, ninguém acusa a Globo de falta de ética, infidelidade ou qualquer outro enquadramento que possam inventar?
Paulo Feijó prestou um serviço aos gaúchos. Mas agora é hora de sair de cena e renunciar. Ficar no governo seria o mesmo que compactuar com o modelo de gestão atual. Sua renúncia abriria caminho para o impedimento da Governadora, citada nas conversas como quem teria a voz final no processo de tomada de decisão da roubalheira instaurada.
Em momentos assim, gostaria de saber se os envolvidos não se lembram que, além do nome a zelar, seus atos desonestos podem prejudicar também as vidas de suas famílias, esposas, maridos, filhos. Sim, porque um dia a casa cai. E a do governo atual desabou.
A meu ver, a comprovação dos fatos muda o panorama das próximas eleições. Fogaça vai receber de braços abertos o apoio da Governadora? Onyx vai continuar defendendo o Vice-Governador caso ele permaneça no governo? E a Manuela? Vai insistir na aliança com o PPS, após as declarações de Cezar Busatto?
Não há nenhuma previsão que seja possível ser feita para as próximas eleições em Porto Alegre. De certo mesmo, apenas que o Governo Yeda perdeu a legitimidade.
Que das investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e das CPI's venham resultados que punam, exemplarmente, os maus políticos. Aliás, já começo a achar razoável e aceitável generalizar a classe política. Afinal, a cada dia, muitos são desmascarados, infiltrados em maracutaias, roubalheiras e demais delitos. São tantos que, realmente, devemos refletir se os ladrões de gravata não são mesmo a maioria.
A oportunidade para tentar mudar a situação é agora. Caso contrário, mais uma saborosa pizza vai para o forno para lá ser esquecida.
Todos ouvimos Cezar Busatto, então Chefe da Casa Civil, braço direito da Governadora, comentar com o Vice-Governador, em gravação realizada por este, as falcatruas que ocorrem na gestão pública, com o super faturamento de obras públicas e desvio de dinheiro público para financiamento de campanhas partidárias, além de benefícios pessoais, é claro. Como justificativa, ouviu-se do ex-chefe um sonoro ar de conformidade com o fato, como se isso devesse ser encarado com normalidade, mostrando um total desrespeito pelos que trabalham de sol a sol e pagam seus impostos. É uma afronta às pessoas de bem, que prezam a honestidade acima de qualquer outra coisa. As afirmações de Busatto e suas tentativas de desviar a conduta de ação do Vice-Governador, por si só, já configuram-se em corrupção ativa.
A tática adotada pelo governo foi atacar o Vice-Governador, tentando desqualificá-lo, condenando a atitude do registro de conversas privadas e sua posterior delação pública, como um ato de infidelidade.
Ôpa. Parem o trem que eu quero descer. No caso, o conceito de infidelidade é subjetivo. O Vice-Governador foi infiel a que, afinal? No momento em que ventilou a conversa quem ele traiu exatamente? A corrupção do governo e o descaso com o dinheiro público ou suas convicções morais e condutas pessoais? Por que será que quando alguma denúncia de irregularidade é efetuada pelo Fantástico, com a utilização de câmeras escondidas e conversas gravadas, ninguém acusa a Globo de falta de ética, infidelidade ou qualquer outro enquadramento que possam inventar?
Paulo Feijó prestou um serviço aos gaúchos. Mas agora é hora de sair de cena e renunciar. Ficar no governo seria o mesmo que compactuar com o modelo de gestão atual. Sua renúncia abriria caminho para o impedimento da Governadora, citada nas conversas como quem teria a voz final no processo de tomada de decisão da roubalheira instaurada.
Em momentos assim, gostaria de saber se os envolvidos não se lembram que, além do nome a zelar, seus atos desonestos podem prejudicar também as vidas de suas famílias, esposas, maridos, filhos. Sim, porque um dia a casa cai. E a do governo atual desabou.
A meu ver, a comprovação dos fatos muda o panorama das próximas eleições. Fogaça vai receber de braços abertos o apoio da Governadora? Onyx vai continuar defendendo o Vice-Governador caso ele permaneça no governo? E a Manuela? Vai insistir na aliança com o PPS, após as declarações de Cezar Busatto?
Não há nenhuma previsão que seja possível ser feita para as próximas eleições em Porto Alegre. De certo mesmo, apenas que o Governo Yeda perdeu a legitimidade.
Que das investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e das CPI's venham resultados que punam, exemplarmente, os maus políticos. Aliás, já começo a achar razoável e aceitável generalizar a classe política. Afinal, a cada dia, muitos são desmascarados, infiltrados em maracutaias, roubalheiras e demais delitos. São tantos que, realmente, devemos refletir se os ladrões de gravata não são mesmo a maioria.
A oportunidade para tentar mudar a situação é agora. Caso contrário, mais uma saborosa pizza vai para o forno para lá ser esquecida.
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